Ancestralidade e Direitos Humanos



Quando a gente fala em Direitos Humanos, nós encontramos na história Afrikana e Diaspórica exemplos reais e concretos de sociedades que se organizaram com base nos princípios de igualdade e liberdade. A constituição de fundação do Reino do Mali (1222) é um exemplo real disso. Podemos ver a xenofilia Afrikana bem expressa na Carta Mandinga que é a constituição do Mali. Todos os estrangeiros deveriam ser tratados com respeito, as Mulheres deveriam participar de todas as esferas do Estado, há a exigência de uma paternidade presente para todos os homens.

Conhecendo nossa Ancestralidade, a gente percebe que nunca tivemos uma "idade das trevas". O modo de vida comunitário, a posse da terra coletiva, o direito de todos/as a um trabalho digno, tudo isso é fundamentado da Espiritualidade e materializado na Ciência Política Afrikana. Pra falar de Diretos Humanos, temos nossas próprias referências como o Reino de Angola Janga (Kilombo dos Palmares), a Revolução do Haiti e a Declaração dos Direitos do Povo Negro feita pela UNIA e Marcus Garvey. Resgatar nossa humanidade é muito diferente de pedir por respeito.



Enquanto nós, Pretas e Pretos do continente e da Diáspora, tivermos como referência os direitos humanos dos europoides, sempre seremos desumanizados. Nada da europa é universal e o sentido de humanidade dos yurugu não nos inclui, Indígenas e Afrikanos.

Se orí-entar pela Filosofia e Política de nossas Ancestrais se torna uma forma de cura para (re)existirmos nessa sociedade racista e combater a grande Maafa. Promover os valores Afrikanos em nossas comunidades é mais efetivo do que ocupar espaços brku. É sobre akilombar.

Não faz sentido exigir de quem nos odeia que eles nos aceitem ou nos inclua em sua história. Não é falta de consciência que mantém o genocidio e a xenofobia europoide. Isso é o projeto de sociedade deles, na qual eles são o centro e nós devemos apenas nos adaptar (aculturação). Enquanto não tivermos controle sobre nossos territórios, enquanto não pudermos exercer livremente nossa Espiritualidade, enquanto não pudermos recriar Nações com base nos valores Afrikanos e na nossa Ancestralidade, nós não seremos respeitados.

Veja o documento completo sobre Carta Mandinga aqui

e a Declaração dos Direitos do Povo Negro no Mundo da UNIA e Marcus Garvey (1920)

Comentários