Beatriz Nascimento - Orí

 

BEATRIZ

BIOGRAFIA

Maria Beatriz Nascimento nasceu em Aracaju, em 12 de julho de 1942, filha do pedreiro Francisco Xavier do Nascimento e da dona de casa Rubina Pereira do Nascimento, teve dez irmãos. Em 1950, aos oito anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Após uma trajetória com muitas dificuldades, aos vinte e oito anos, iniciou o curso de graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em 1971. Durante o período de graduação foi estagiária do Arquivo Nacional.


ATUAÇÃO

Intelectual, pesquisadora e ativista trabalhou como professora de História na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, associando ensino e pesquisa. Através de temáticas e objetos ligados à história e a cultura negra, passou a exercer sua militância intelectual. Em 1981, com a pesquisa “Sistemas alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas”, concluiu a Pós-graduação lato sensu em História, na Universidade Federal Fluminense (UFF), mas seu trabalho mais conhecido e de maior circulação foi o filme Ori (1989, 131 min.), de sua autoria. O filme, narrado pela própria Beatriz, apresenta sua trajetória pessoal como forma de abordar a comunidade negra em sua relação com o tempo, o espaço e a ancestralidade, emblematicamente representados na ideia de quilombo.


BIBLIOGRAFIA

Eu sou atlântica

http://livraria.imprensaoficial.com.br/eu-sou-atlantica-imprensa-social.html

Orì – filme



Texto de Beatriz Nascimento filme Ori

– poema eu sou atlântica – civilização transatlântica – américa unificou várias culturas – ocupar espaços na universidade (1977) – nao se embranquecer – incomodava que nas universidades só estudava o negro como escravizado – quilombo passa a ser um conceito ideológico – se o negro quiser se aburguesar, tem todo direito

– samba enredo Dogon, raiz da cultura africana – África e nossa Atlântida, para o ocidente é o continente enterrado – o que é quilombo hoje¿ naquela época era guerra de quilombos, necessidade de terra

– quilombo começa com a fuga, migração para as florestas – nação africana banto no brasil, aculturamento. – através da expressão NTU as etnias se reconhecem entre si. a relação de pessoa para pessoa. 20min

– no brasil voce pode encontrar os reinos e sociedades africanas recriadas dentro das condições adversas – escola de samba é um quilombo do século xx – quilombo é de origem bantu – rainha Nzinga e sua luta em angola tem relação com palmares – angola envia diplomatas para fazer aliança com recife e propaga a luta de quilombos – 1981 MNU denuncia racismo: abandono das crianças. Fabrica e mata o marginal – é preciso a imagem para se tornar identidade, tem de tornar-se visível, porque o rosto de um é o reflexo do outro. O corpo de um é o reflexo do outro e em cada 1 o reflexo de todos os corpos. a invisibilidade está na raiz da perda da identidade – foto para carteira de identidade. Foto da primeira comunhão, toda minha vida foi separar desta concepção – a sobrevivência da cultura africana no brasil. gege quase se acabando, keto hegemônica, angola sincretismo brasileiro – mãe didi: minha origem é gege, mas fiquei na angola – Orí significa iniciação a um novo estágio da vida – revolução é fazer com que as minorias se torne maioria – o negro na américa está lutando para dizer, eu sou, eu quero, deixe-me ser 40min

– o negro não pode ser livre enquanto não esquecer o cativeiro – a linguagem do transe é a linguagem da memória – há muita coisas negras que não estão sendo registradas, como na capoeira angola: vou chegando devagar – 1980 fenezu: o problema do brasil não é um problema de regime ou sociedade, é um problema de civilização – crítica ao academicismo negro – consciência negra é a gente nunca jogar esse ódio contra a gente mesmo, mas sim contra aqueles que nos explora – consciência negra é a compreensão que temos da nossa realidade – a investigação sobre quilombo se baseia e parte da questão do poder – mística, recriação do estado primário, por isso saudar e chamar os orixás, os antecepassados – Orí é fazer a cabeça, Borí – muito recente a travessia dos povos negros

– a escola Vai-Vai é um quilombo – antepassados em constante migração, talvez a fuga seja uma consequência cultural, ancestral – o fundamento do quilombo é a terra – o ebó e o princípio do axé – oferendas para seus mitos arcaicos e também alimentar o fugitivo. cabia à mulher sustentar as fugas 60min

– 1954, minha família saiu de sergipe para crescer na cidade grande – 1982, me identifico mais com navegantes – quilombo é um espaço geográfico de sensação oceânica – é coisa de negro porque é o homem que mais conhece a terra – 1982, III congresso da cultura negra das américas – templo de ylê xoroquê que faz a cerimônia inicial – quilombo trás pra gente, não mais o território geográfico, mas território simbólico – os quilombos aparecem nos momentos de crise da nacionalidade – a verdadeira luta pela libertação do negro é a libertação de si próprio, inclusive do termo e conceito negro – você cresce quando destrói os seus mitos, quando você descobre que eles são iguais a você. É isso que é um estado revolucionário.

– Nanã é o ylé, o primordial

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