Kemet Clássico


As populações Afrikanas que viviam às margens do Rio Hapi (Nilo) por milhares de anos mantiveram um intenso contato cultural que deu origem aos nomos e mais tarde aos dois Reinos do Alto Kemet e Baixo Kemet. A unificação realizada pelo Rei Menés I fez dele o primeiro Faraó do Kemet Egito no ano 3100 a.C. Apesar do reino ser mais conhecido pelo nome de uma de suas capitais, Heliópolis = Egito, os habitantes do Reino chamavam suas terras de Kemet, que significa Terra dos Negros.

 

Kemet foi o berço das civilizações


De acordo com as pesquisas do Senegalês Cheikh Anta Diop, as sociedades Afrikanas se desenvolveram com bases Matriarcais, na qual as mulheres Negras são o centro da sociedade exercendo o Poder e a liderança em igualdade com os homens. Para ser Faraó era necessário ser filho de uma Rainha, a descendência real era determinada pelo lado da mulher. Isso tem origem na Espiritualidade da Natureza na qual são cultuadas divindades femininas representando o trabalho agrícola das mulheres em igualdade com os homens. Isso gerou uma sociedade coletiva, pacífica, que compartilha sua riqueza e recebe bem novos membros (xenofilia). Esse modelo de vida Afrikano foi chamado por Diop de Berço Civilizatório do Sul. As sociedades do Berço civilizatório do Norte foram as tribos brancas da europa, sociedades patriarcais e caçadoras marcadas pela violência e xenofobia.

O desenvolvimento da Espiritualidade juntamente com a filosofia permitiu que as ciências Afrikanas avançassem bastante. Os mitos de Kemet possuem grande simbologia matemática falando sobre um mundo racional e compreensível pela mente humana. Ideias semelhantes à teoria do bing bang e do átomo já existiam na filosofia Kemética. A crença em um deus único, invisível, criador de tudo e que se manifesta na forma de outros deuses leva a crer que a religião egípcia era tanto monoteísta quanto politeísta. A filosofia justificava a espiritualidade ao defender a ideia de que cada ser humano possui uma alma imortal e que existe vida após a morte. Essas ideais estimulavam o bom comportamento (valores morais e ético) e influenciaram a maioria das religiões do mundo.



Cultura Clássica

Na Política, o Faraó não governava sozinho, ele compartilhava o Poder com a Rainha-mãe que era co-regente e com um Conselho de Estado (ministros do governo). Juridicamente as mulheres tinham direitos podendo estudar e exercer os mesmos ofícios dos homens, divorciar-se, adquirir bens e liderar exércitos.

A maior parte da população era camponesa, a base da economia em Kemet foi a agricultura que se desenvolveu com grandes avanços tecnológicos. A matemática foi muito importante para o aperfeiçoamento da agricultura, nos estudos das estrelas (astronomia), na compreensão das estações do ano (calendário solar de 365 dias) e prevendo as cheias do Rio Hapi (Nilo) (geografia), as águas foram controladas com a criação de barragens e canais de irrigação (engenharia). O cultivo de plantas também colaborou pro surgimento da medicina e da farmacologia. Dessa forma, as ciências criadas pelos Keméticos foram se desenvolvendo e mantendo um grande respeito pela Natureza.



A escrita Hieroglífica se desenvolve promovendo mais conhecimento, literatura, auxiliando o governo nas cerimônias religiosas ou na administração do reino. Uma das profissões mais prestigiadas era a de Escriba. A palavra química, deriva de Kemet, pois o país era muito famoso na Antiguidade pelos estudos científicos, diversas pessoas de várias partes do mundo Antigo viajavam para Kemet para estudar em suas Universidades. Foi assim que os gregos entraram em Kemet como estudantes e levaram a filosofia Afrikana para as cidades gregas.

A arquitetura existem diversos exemplo da grandiosidade que o Povo kemético atingiu e que não se compara com nenhuma outra de sua época. As cidades planejadas, os palácios reais, templos espirituais e as incríveis Pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Além dessas, há muitas outras pirâmides menores.

Com o desenvolvimento do comércio, o Faraó passou a liderar um conjunto de povos aliados que trabalhavam em nome de Kemet. Os mais famosos desses povos navegadores foram os fenícios. A escrita Alfabética que usamos hoje foi um criação de Kemet que os fenícios adaptaram facilitando a comunicação com os diferentes povos. Inclusive, há relatos de viagens marítimas feitas por Kemet para o Continente Indígena (Abya Yala ou America). Essas relações internacionais motivou os Faraós a manterem embaixadas nos países aliados ou sobre os seus domínios. 

Por conta dessas viagens e dos contatos com outros povos Kemet espalhou sua cultura e espiritualidade. Diversas parte da europa (grécia, paris, ilhas britânicas) e da ásia (mesopotâmia, china, índia) se desenvolveram com influência de Kemet. Por isso podemos dizer que Kemet Egito é a origem das civilizações e por conta de sua grande Herança Cultural inaugura o período Clássico da Antiguidade.





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