NOSSA ORIGEM REAL – Ser Preto é mais do que uma questão de pele

 Escrito por Abibiman Kemet e Jamex X

Jovens Dravidianos na Índia

   A diferenciação racial, apesar de no primeiro momento ter uma forte relação com a cor da pele, tem por base a formação de berços Civilizatórios distintos. Isso se explica porque os Dravidianos (ásia) e os Aborígenes (austrália) apesar de Melaninados não são povos Pretos no sentido de Povos Afrikanos e sim Povos Indígenas, Originários.

Comunidade Aborígene na Austrália

 

   As nações Indígenas de Abya Yala (também conhecida como as “américas”) não são caracterizadas pela epiderme e sim pelo pertencimento étnico civilizatório. As invasões europoides têm promovido um embrankkkecimento da pele e da cultura como forma de genocídio e de supremacia brankkka.



   Árabes e judeus, apesar de mestiços, formaram civilizações patriarcais e promoveram uma cultura antiAfrika que teve seu auge com o tráfico escravista entre os séculos VIII e XIV. E, mesmo mantendo sua civilização distinta da europoide, os semitas adotaram o embrankkkecimento como forma de justificar racialmente a dominação dentro de seus territórios e nas suas invasões em Afrika.

   Hoje na Diáspora Amefrikana, uma das formas de genocídio é fazer os Povos Indígenas e Pretos se identificarem com a cultura latina do colonizador, ao mesmo tempo que somos afastados da nossa própria Ancestralidade.

Diáspora Afrikana

 

   É-nos imposto um reconhecimento baseado apenas na cor da pele; assim, somos chamados de afro-latino, afro-indígena, afro-brasileiro, mas nunca Afrikanos. Acreditar que ser Preto é só uma questão de cor da pele é matar a nossa Ancestralidade.

   Desconectaram-nos interrompendo a nossa espiritualidade, família, ciência e cultura Afrikanas nos impondo uma falsa ilusão de que somos parte da cultura brankkka miscigenada, como se isso nos permitisse viver sendo 'brasileiros', quando na verdade ainda ocorre uma sistemática perseguição aos Povos de Terreiro, aos Kilombolas e às Aldeias Indígenas.

   Assim, ocorre a invisibilização das Civilizações Ancestrais. Chamar Indígenas de latinos ou considerar os latinos como pertencentes de Abya Yala (e não invasores) é legitimar a colonização.

   Como somos descendentes de Afrikanos e dos Povos Originais, somos o testemunho vivo de que a cultura latina é invasora e colonizadora. Dessa forma, o extermínio físico serve para destruir as Civilizações Ancestrais.

   Fortalecer nosso Povo depende mais de retomarmos nossa História, e de preservarmos nossa Ancestralidade do que buscar igualdade dentro da cultura brankkka xenofóbica. Nossas Civilizações, Indígenas e Afrikanas, são marcadas pela xenofilia (sentimento de solidariedade), pelo Matriarcado e o respeito com à natureza.

   Nossas Civilizações reexistem (leia mais sobre Reexistência) porque nossos Ancestrais resistiram e transmitiram para nós essa herança cultural. Adotar ideologias europoides e se reconhecer como "afro-indígena" ou como "afro-latino" é ter como referência a dominação colonial.

   Buscar se referenciar nas organizações Políticas de nossos Ancestrais: Aldeias, Kilombos e Espiritualidades só nos fortalece. É afirmar que a cultura brankkka não nos define e que temos nosso próprio Centro Existencial. A nossa cultura é nosso sistema imunológico.

Comentários