Os Mossi são uma monarquia constitucional. O imperador, o Moro Naba, vem por hereditariedade da família do anterior Moro Naba (século XI, provavelmente), mas sua nomeação não é automática. Ele é escolhido por um colégio "eleitoral" de quatro dignitários, presidido pelo Primeiro-Ministro, o Togo Naba, como na Etiópia. Na Etiópia, todos os pretendentes ao trono eram trancados em uma fortaleza, para aguardar a decisão anunciada pelo Primeiro-Ministro após deliberação (Baumann).
Ele [o Imperador ou Moro naba] é na verdade investido de poder por este último [Primeiro-Ministro ou togo naba] que, no entanto, não é um Nakomsé (nobre), mas vem de uma família comum, e que é, na realidade, o representante do Povo, de todos os homens livres, todos os cidadãos que constituem a Nação Mossi.
O imperador [Moro Naba] é auxiliado por, além do Primeiro-Ministro, três outros: o Rassam Naba, o Balum Naba, e o Kidiranga Naba. Cada um deles governa uma região, além de suas funções mais ou menos especializadas. Os ministros que auxiliam o imperador, ao invés de serem membros da alta nobreza da Nakomsé, são sistematicamente escolhidos de fora dela, de entre as pessoas comuns e os escravos. Eles representam na corte as diferentes categorias sociais, profissões, e castas. "Aqueles sem berço”, servos e trabalhadores, organizados em profissões (castas), longe de serem mantidos separados do Poder neste período que se estende muito além da Idade Média Ocidental (uma vez que, muito provavelmente, este pode remontar ao primeiro século e a fundação de Gana), eles são associados com ele [com o Poder], não em qualquer maneira simbólica mas sim de uma maneira orgânica. Cada profissão tem seus representantes dentro do governo; eles irão, se necessário, apresentar as suas reclamações.
- Cheikh A Diop
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