O termo Negro é uma autoimagem e autodefinicao criada pelos Afrikanos

Os Kemeticos nunca esqueceram de sua origem no interior do continente e seu pertencimento étnico Preto Afrikano. Isso está expresso em toda a sua arte através de toda a sua literatura, em todas as suas manifestações culturais, nas suas tradições e na sua língua Medu Neter.

Isto está também refletido no próprio termo Kemet ou Kemit, transcrições da palavra kmt que significaria rigorosamente ― Negros, ou, pelo menos, homens Pretos, sendo um termo coletivo que descrevia, portanto, o conjunto do povo de kemet faraônico como um Povo Negro.

Sempre que os Kemeticos usavam o termo “Pretos” (khem) era para designar a si mesmos ou seu país: Kemit, terra dos Pretos. 

Na escrita Medu Neter, Kemet se escreve tendo como raiz o termo km, Negro. Além disso, o morfema km proliferou em numerosas línguas Negro-Afrikanas, nas quais conservou o mesmo sentido de "Negro, ser Negro". No idioma Wolof, khem significa Negro, carbonizado por excesso de cozimento. Na língua Pulaar, kembu significa carvão.


Kemet se escreve 𓆎𓅓𓏏𓊖 na língua Medu Neter

Em Medu Neter, o sinal para "Preto" é ( 𓆎 ). Seu valor fonético é km. Além de 'Preto', o uso alternativo do símbolo é para itens terminando, chegando ao fim, itens de acabamento, portanto, uma referência ao carvão, queimando até o fim.

O sinal da coruja ( 𓅓 ) tem o som de “M” e é usado para escrever palavras que tenham o som de “M”. A palavra Preto é lida “kem”, e o sinal da coruja nesse caso é usado como um fonograma (complemento fonético) para escrever a palavra Preto.

O sinal de meio pão ( 𓏏 ) representa a letra T. Indica que se trata de uma palavra feminina. Para os Kemeticos, os nomes de locais e países em sua grande maioria são considerados palavras femininas. 

Seguido do determinante ( 𓊖 ) que  é usado para designar o termo para 'país, terra habitada / cultivada', chamado de niw.t (um designado político). É um círculo com uma cruz que representa uma rua, 'cruzamento da cidade'.

Os Kemeticos tinham apenas uma palavra para designar a si mesmos nos textos faraônicos: = KM.T que significaria “os Negros”, um plural. O sentido da palavra é literal, uma vez que esse é o termo mais forte existente na língua faraônica para indicar a cor preta; assim, é escrito em Medu Neter representando um pedaço de madeira com a ponta carbonizada.

Na língua Kemética, o plural é indicado a partir da junção de um adjetivo ou de um substantivo ao feminino singular. Assim, KMT, do adjetivo = km = preto, significa precisamente “Negros”, ou, pelo menos, “homens Pretos”. A palavra é um coletivo que descrevia o conjunto do Povo de Kemet como um Povo Negro.


Leia mais em:

Cheikh Anta Diop, As origens Africanas das Civilizações

Geledes - Cheikh Anta Diop

Afrokut - O que é Kemet

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