O sistema de castas, alheio para os Semitas, era a base da organização social em Saba (o Sabá Bíblico), como na Babilônia, Egito, África, e o reino de Malabar na Índia. *1 - "Este regime é essencialmente Kushita e onde quer que o encontremos, é fácil de detectar que ele veio originalmente daquela raça. Nós vimos que ele floresceu na Babilônia. Os Aryas da Índia, que o adotaram, tomaram emprestado das populações Kushitas que os tinham precedido nas bacias dos rios Indus e Ganges." *2 -
[*1 - Longe de ter introduzido o sistema de castas na Índia, os Árias parecem tê-lo adotado, como Lenormant observa. Se este sistema repousasse sobre uma base étnica, deveria ter havido, no máximo, quantas castas quanto raças; mas tal não foi o caso.
De acordo com os escritores antigos, Estrabão, em particular, o sistema surgiu diretamente a partir da divisão do trabalho na sociedade, como é o caso entre todos os outros Kushitas. Estrabão lista da seguinte forma as sete castas então existentes:
1. filósofos; 2. agricultores; 3. pastores e caçadores; 4. artesãos e operários; 5. soldados; 6. aqueles que percorrem o país para informar o rei sobre o que está acontecendo; 7. assessores e cortesãos do rei. (Bk. 15, Cap. 1, par. 29-38.)
Estrabão afirma que as castas não se misturavam, mas também não havia ainda nenhuma menção de "párias". Assim, este sistema de castas parece resultar de uma recente transformação da sociedade Indiana com o declínio da supremacia Dravidiana. Os textos em que a existência de uma casta intocável na mais remota Antiguidade é baseada são provavelmente apócrifos.
Um Dravidiano pode ser um Brâmane, em outras palavras, um Negro pode pertencer à mais elevada classe ou casta na sociedade. Isto continua verdadeiro, não importa o quão longe de volta no tempo possa-se ir. Por isso, é absurdo tentar atribuir uma base étnica para o sistema de castas.
Parece que Buda era um sacerdote Egípcio, afugentado de Memphis pelas perseguições de Cambises. Esta tradição justificaria o retrato de Buda com cabelo lanoso. Documentos históricos não invalidam esta tradição. "Koempfer, em sua Histoire du Japon [História do Japão], alega que o Saçya Buda da Índia era um sacerdote de Memphis, que fugiu do Egito quando Cambises o invadiu. Koempfer queria reduzir tudo a uma idéia dominante: A difusão de doutrinas Egípcias na Ásia por sacerdotes de Tebas ou Memphis exilados por Cambises ou fugindo de sua perseguição. Um autor moderno obteve os mesmos resultados por outro caminho. William Ward, que publicou há alguns anos uma vasta compilação de vários documentos sobre a religião, história e literatura Hindus, baseado em extratos de livros em Sânscrito, incluindo um relato biográfico de Buda, estabelecendo que ele não poderia ter aparecido até o sexto século A.C. Buda recebe o sobrenome Goulama [ou Gautama], que é aquele da raça usurpadora." (M. de Marlès, Histoire Générale de l'Inde [História Geral da Índia]. Paris, 1928, I, 470-472.)
Há um consenso geral hoje em colocar no século sexto não só Buda, mas todo o movimento religioso e filosófico na Ásia, com Confúcio na China, Zoroastro no Irã. Isto confirmaria a hipótese de uma dispersão de sacerdotes Egípcios naquela época espalhando sua doutrina na Ásia. é difícil explicar esse movimento religioso por uma evolução simultânea dos diferentes países envolvidos.] [*2 - Lenormant, op. cit. p. 384.]
Cheikh Anta Diop, A origem Africana da civilização. capítulo 5 Pode a civilização egípcia ser de origem asiática?, páginas 258 a 260
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